Os projetos de extensão estreitam os vínculos entre as universidades públicas e a cidade. Assim como o aumento da oferta no ensino superior do Nordeste traz inúmeras transformações para a região. Esses são alguns dos pontos debatidos em duas pesquisas sobre o ensino superior desenvolvidas na Fundaj, dentro do Programa Institucional “Educação pela Cidade”.
Os estudos “Efeitos das políticas de extensão das universidades públicas em Pernambuco: qualidade de vida das cidades, estruturação de redes associativas e esferas públicas locais”, pensado pela pesquisadora Helenilda Cavalcanti e “O ensino Superior no Interior do Nordeste: efeitos sobre o desenvolvimento” trazem uma análise sobre aspectos que envolvem o ensino universitário e sua relação com o crescimento social em centros urbanos e no interior.
As pesquisas irmãs são coordenadas pelo pesquisador da Fundaj Luis Henrique Romani, que coloca como objetivo checar até que ponto do ensino superior auxilia a vida nos municípios. Além de transformar a cultura e integrar o governo com a população, ele justifica que essas questões ajudam a pensar melhorias nas políticas públicas, não só em instituições públicas, como também as privadas, através de programas como Prouni e Fies. “Já é sabido que ter um ensino superior muito difundido é extremamente importante para o desenvolvimento das regiões”, explica.
Foram gravadas mais de 20 horas de entrevistas com alunos, professores e gestores de forma geral. Neste momento, as pesquisas estão em processo de transcrição para análise de discurso, que já identifica como ponto forte as transformações urbanas. A partir disso, pensou-se em um trabalho que envolvesse acesso aos perfis dos estudantes e ao índice de desenvolvimento pelo aumento da oferta de ensino superior no interior.
Um dos pontos a analisados, além da empregabilidade do ex-aluno, é como algumas cidades incorporam os projetos universitários, se beneficiando, por exemplo, na área de saúde. Em diálogo com a segunda pesquisa, observa-se que as transformações no nordeste aumentam a oferta no ensino superior. “Os dois estudos estão completamente interligados,” diz o coordenador.
O coordenador do Programa Institucional que abriga os dois estudos, Cristiano Borba, afirma que ter trabalhos dessa natureza na instituição são relevantes para difundir a educação uniformemente pelas regiões. “Qualquer país que pretende ser desenvolvido tem que ter um investimento em formação universitária qualificada. Isso não pode estar concentrado só em grandes cidades”, explica.
As pesquisas iniciadas, respectivamente em 2016 e 2017, têm previsão de finalização em 2019. Romani tem intenção de organizar um workshop ainda este ano com os gestores de extensão universitária para apresentar a pesquisa e debater com eles para confirmar resultados.