ODS 2 – Fome Zero e Agricultura Sustentável

12 de março de 2018

Na Agenda do Milênio, os ODM tratavam apenas da questão da fome, o Brasil conseguiu avançar muito e até ultrapassar a meta proposta pela ONU. Porém, em 2013, cerca de 3,2% dos domicílios brasileiros ainda estavam classificados em um estágio de segurança alimentar grave.  De acordo com a CNM apesar de reduzido para 5% o percentual de pessoas passando fome, o país ainda pode avançar no que diz respeito aos temas ligados à nutrição e ao acesso a alimentos de qualidade.

Na Agenda 2030, 0 ODS 2 traz não só a questão do combate à fome, mas menciona a agricultura sustentável, como meta a ser alcançada.  Nos municípios, algumas iniciativas como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), tem a finalidade de incentivar a agricultura familiar, promovendo a inclusão econômica e social, sem deixar de lado a sustentabilidade; para aderir ao Programa, o município precisa fazer um convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA).

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) é outra iniciativa que dialoga com o ODS 2. Atendendo a todos os alunos da Educação Básica, garante alimentação durante o período em que estão na escola. Pelas regras do programa, pelo menos 30% dos alimentos deve ser adquirida de produtores familiares.

Em Pernambuco o Serta, Serviço de Tecnologia Alternativa, é uma OSCIP que tem atuado fortemente na área de agroecologia, oferecendo cursos de formação para jovens agricultores e a população em geral. Atuando em parceria com os governos estadual e municipal, o Serta já formou mais de 100 mil pessoas, atuando nos campos de Glória do Goitá e Ibimirim.

“Faz parte da missão do Serta não só agregar o conhecimento das pessoas, mas sobretudo, motivá-las a serem autoras, protagonistas. Para isso utilizamos a metodologia da educação popular que reconhece que o conhecimento é algo construído e não repassado”, afirma Paulo Santana, diretor. Com 28 anos de atuação, a instituição contabiliza 17 prêmios recebidos e 57 projetos realizados.

Para Paulo Santana uma forma de alcançar o Objetivo 2 é o “fortalecimento de ações que possam motivar a transição agroecológica nas comunidades já que o modelo de desenvolvimento que está aí vem incentivando o uso de agrotóxicos, envenenando a alimentação do povo e pautando a alimentação industrial como saída. Já o Serta quebra um pouco esses paradigmas, incentivando as comunidades a produzirem minimamente para o seu consumo, deixando de comprar de fora e assim fortalecendo não só a segurança alimentar, mas a nutricional”, explicou.

Outra colaboração do Serta é segurança hídrica das comunidades. Atuando no semiárido, eles demonstram como armazenar água, se preparar bem para o inverno, como desenvolver práticas que orientem a eficiência da distribuição da água na irrigação, nas plantas, na produção, como aplicar tecnologias que colaboram com o reuso das águas cinzas (advindas do banho e cozinha), das águas negras (sanitário).

Considerada pelo Instituto Alana como uma das 18 escolas transformadoras do Brasil, o Serta atua em parceria com o Governo do Estado para a qualificação técnica em agroecologia e com os municípios para o deslocamento dos alunos. Ainda com os municípios o Serta também desenvolve formação para professores que atuam em escolas do campo.

 

Com informações da CNM 

 

ODS NA PRÁTICA, O QUE EU POSSO FAZER? 

NAS CASAS E COMUNIDADES

  • Plantar a sua própria horta e participar da construção de hortas comunitárias;
  • Participar da Pastoral da Criança e outros movimentos em prol da alimentação
  • Doar alimentos para pessoas carentes
  • Reduzir o desperdício de alimentos;

 

NAS ESCOLAS E UNIVERSIDADES

  • Incentivar programas de apoio à merenda escolar e educação alimentar;
  • Ensinar organizações sociais e familiares a aproveitarem melhor os alimentos, evitando o desperdício;
  • Criar cursos de extensão sobre Nutrição

NO TRABALHO

  • Aumentar a produção de alimentos saudáveis
  • Reduzir os preços dos alimentos nutritivos
  • Instalar refeitórios nas empresas
  • Fornecer refeições para os colaboradores

NOS MUNICÍPIOS

  • Implantar restaurantes populares (de baixo preço)
  • Estimular a agricultura familiar e comunitária de subsistência;
  • Comprar produtos da agricultura familiar
  • Capacitar a mão-de-obra na elaboração de alimentos básicos;
  • Fazer campanha sobre alimentação saudável
  • Divulgar ações que promovam a segurança alimentar

(Da Cartilha Os Objetivos de Desenvolvimento Globais, editada pelo Nós Podemos Paraná)

 


Topo ▲