Assegurar uma vida saudável e promover o bem estar para todos, em todas as idades é a principal premissa do ODS 3. Apesar do progresso registrado pelos ODM na redução da mortalidade infantil e na luta contra as doenças crônicas, elas ainda persistem e junto com as resultantes de desastres continuam a ser os principais fatores que contribuem para a pobreza e privação dos mais vulneráveis. Atualmente, 63% de todas as mortes do mundo provêm de doenças não transmissíveis, principalmente cardiovasculares, respiratórias, câncer e diabetes. Estima-se que as perdas econômicas para os países de renda média e baixa provenientes destas doenças devem ultrapassar a incrível soma de US$ 7 trilhões até 2025. Os dados são do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
A proposta dos ODS são metas integradas para a promoção da saúde e bem estar como essenciais ao desenvolvimento das capacidades pessoais. Entre as metas está a prevenção e o tratamento de álcool e drogas, reduzir pela metade as mortes e os ferimentos por acidentes em estradas e atingir a cobertura universal da saúde básica, além de assegurar o financiamento da saúde e que ela seja vista de forma integral.
Afogados da Ingazeira é um exemplo de município que atua em diversas áreas, verificando essa visão mais integral de saúde. Com ações objetivas, a gestão tem conseguido vencer grandes gargalos, fazer economia e ampliar a cobertura de saúde. Iniciativas como abrir as Unidades Básicas de Saúde (UBS) no período noturno para atender os trabalhadores tem alcançado bons resultados, inclusive nas consultas de pré-natal. “Conseguimos atingir 81% do acompanhamento das gestantes com sete ou mais consultas, antes, a maioria não terminava o pré-natal justamente porque trabalhava e não tinha tempo para ir ao médico. Nós disponibilizamos todo o atendimento, inclusive odontológico, vacinação, exames, isso tem facilitado muito a vida dos trabalhadores e já notamos uma melhora nos índices de cobertura”, afirma Artur Belarmino, secretário de Saúde do município. As nove UBS da zona urbana estão abertas no horário noturno, inclusive com palestras preventivas. Já o perfil do público da Zona Rural, de acordo com o secretário, é mais diurno.
Outra prática interessante é a “farmácia sustentável”. “Trata-se de pontos de coleta nas UBS onde a população pode doar medicamentos que não estejam mais utilizando, quando, ao término do tratamento sobra alguns remédios. A vigilância sanitária é quem faz o recolhimento, verifica a validade dos lotes, para então passar para a farmácia básica, onde é feito a última inspeção, se está conservado e próprio para uso até ser reintroduzido na rede”, explica Artur.
Ainda na área de medicamentos, o secretário afirma que conseguiu fazer uma economia substancial utilizando a compra compartilhada. O município faz parte do Comupe (Consórcio dos Municípios Pernambucanos): “Só para citar um exemplo, na compra de tiras de glicemia para verificação de glicose, nós adquirimos o material 60% mais barato do que comprávamos antes. Com a economia que fazemos, conseguimos realizar mais ações com os mesmos recursos”, reconhece Belarmino.