Com foco na atuação dos Municípios frente aos desafios apresentados pelas mudanças climáticas, desastres naturais, sanitários e também relacionados à saúde, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) participou na tarde desta quarta-feira, 22 de outubro, de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o assunto. A entidade municipalista apresentou preocupação com o tema e destacou o protagonismo dos Municípios ao tratar a realidade local.
A CNM está atuando na produção de estudos relacionados aos impactos das mudanças climáticas e, consequentemente, dos desastres nas áreas de saúde e saneamento. Representando a Confederação, a gerente de sustentabilidade, Claudia Lins, apresentou a realidade dos Municípios aos participantes. “Não vai existir um mundo sustentável e resiliente sem Municípios sustentáveis e resilientes. Nós precisamos chegar na ponta e apresentar aos Entes locais que isso está afetando a gestão da saúde local, por exemplo”, apontou Lins.
A CNM trabalha de forma integrada tratando sustentabilidade, meio ambiente, defesa civil e também com a área de saúde. “O Município precisa ter condição de executar políticas de defesa civil e precisamos que o pacto federativo seja respeitado. Tivemos mais 61.296 decretações de anormalidades nos últimos dez anos, o que vai de seca a enchentes”, destacou a gerente de sustentabilidade e resiliência da CNM.
Como exemplo de impactos na saúde, a representante da CNM citou o aumento nos casos de Leptospirose nos Municípios que estão sofrendo com enchentes e inundações na região sul do país, doença que tem relação direta com o saneamento básico. Cláudia alertou ainda que a seca na região amazônica deixou comunidades isoladas e tem sobrecarregado os serviços de saúde nos Municípios. Manaquiri (AM) reportou aumento nos índices de doenças como acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, elevação da pressão arterial, dentre outras doenças e atendimentos médicos que são resultado direto do aumento das ondas de calor e altas temperaturas.
A crise climática está provocando impactos diretos na saúde pública de maneira preocupante. O aumento extremo das temperaturas pode resultar em riscos elevados de insolação, desidratação e até mesmo mortes, afetando especialmente idosos e crianças. “Mais de 90% dos Municípios precisam de equipamentos técnicos para fazer a gestão ambiental e 71% dos Municípios que responderam nossa pesquisa afirmaram que não têm recursos próprios para aplicar na área ambiental. Esses são apenas alguns dos pontos que chamam atenção”, disse Lins.
A CNM cobra ações estruturantes para que os Municípios possam avançar em políticas públicas locais para que o país possa alcançar os resultados esperados pelos órgãos internacionais.
Da Agência CNM de Notícias