A Confederação Nacional de Municípios (CNM) participou de sessão do Senado Federal para debater “fenômenos climáticos como o ‘El Niño’ e os desastres naturais cada vez mais frequentes no país”. No Plenário da Casa, representante da entidade apresentou dados de estudo recente com o panorama dos últimos 10 anos que apontam R$ 586 bilhões em prejuízos.
“A prevenção é o gargalo. É extremamente precária no Brasil”, destacou o analista técnico de Defesa Civil, Johnny Amorim. A verba para essa finalidade é tão escassa, que, segundo o especialista, não é possível estimar os valores investidos no mesmo período.
As chuvas e as secas são os principais problemas identificados no país, sendo que, do total de prejuízos calculados nos últimos 10 anos, R$ 352 bilhões foram referentes a desastres provocados pela seca e R$ 159 bilhões relacionados à chuva. “Um estudo de 2011 da ONU mostrou que a cada 1 dólar em prevenção se economizava 7 dólares de recuperação”, comparou Amorim, ressaltando a importância de ampliar os investimentos em prevenção.
Apesar do grande volume de prejuízos financeiros causados pelos desastres naturais no Brasil, o representante da CNM afirmou que apenas R$ 5 bilhões foram repassados pela União em 10 anos e também pontuou que há uma grande e crescente preocupação dos prefeitos em relação aos recursos. Ele explicou que muitos Municípios enfrentam a burocracia na busca de recursos para ações pós-desastre de reabilitação e recuperação de áreas danificadas ou destruídas por desastres. O analista apontou que existem Municípios afetados que não conseguem recursos mesmo após o reconhecimento federal, como é o caso de São Sebastião (SP).
Conduzindo a sessão de debate temático no Plenário, o senador Esperidião Amin (PP-SC) propôs à CNM a construção de esboço de uma minuta para criar um prêmio nacional voltado à criação de uma cartilha municipal de defesa civil. “Se [os Municípios participarem] de um concurso para a elaboração da melhor cartilha, nós teremos um exercício de síntese e de simplificação de linguagem, porque, é lógico, uma cartilha não pode ser uma descrição técnica, tem que ser uma informação prática, acessível ao maior número possível de pessoas, compreensível e praticamente útil”, explicou.
Diversos especialistas e representantes dos três Entes participaram do debate, que pode ser assistido na íntegra no Youtube do Senado.
Da Agência CNM de Notícias